
Você deveria estar resolvendo alguma pendência, mas ao invés disso abriu o Facebook para dar uma olhadinha? Se você respondeu que sim, fique tranquilo: você não está sozinho!
Segundo especialistas, 20% das pessoas são verdadeiras procrastinadoras.
O assunto é tão importante que em julho desse ano foi realizada a 10ª Conferência de Pesquisa de Procrastinação, na Universidade DePaul O'Hare, em Chicago.
Dr. Ferrrari, organizador da conferência, afirma que a procrastinação pode ser definida como "o atraso proposital e frequente de adiar o início ou conclusão de uma tarefa ao ponto de experimentar desconforto subjetivo, como ansiedade ou arrependimento". Ou seja, o procrastinador é aquela pessoa que costuma “empurrar com a barriga”. Deixa as obrigações todas para depois e no final sente-se ansioso por não conseguir fazer tudo no prazo ou na forma de gostaria.
Mas vamos ser sinceros, quem aí nunca deixou aquele trabalho chato pra depois e preferiu ir ver um filme? Adiar certas tarefas é mais comum do que a gente imagina e isso não faz de todos nós procrastinadores.
De acordo com uma pesquisa, apenas uma em cada cinco pessoas será definida como procrastinadora crônica. Nesse caso, o fenômeno ocorre em diversas áreas da sua vida: profissional, pessoal, financeira, social.
Há pessoas que são desligadas dos seus empregos e têm relacionamentos encerrados por conta da dificuldade em realizar tarefas e cumpri-las dentro dos prazos..

Para diferenciar o procrastinador comum de um crônico, é importante avaliar a frequência e as consequências das respostas dadas às seguintes afirmações.
Faça o teste:
"Eu demoro para tomar decisões até que seja tarde demais."
"Eu estou sempre dizendo 'Farei isso amanhã'."
"Deixar as coisas para o último minuto me deixou em maus bocados no último ano."
Ou seja, mais importante do que responder “sim” ou “não” para uma dessas afirmações, é notar se elas acontecem todos os dias e quais os resultados de agir dessa maneira.
Como disse acima, é difícil encontrar alguém que nunca deixou uma tarefa para depois. Somos humanos e nem sempre conseguimos avaliar entre benefícios a longo prazo e prazeres momentâneos. Curtir mais cinco minutinhos na cama pode parecer a melhor ideia ao acordar. Só depois, ao ter que correr para se arrumar ou ao pegar trânsito para o trabalho, é que você perceberá que aqueles cinco minutinhos talvez não tenham sido a melhor escolha.
Durante debate ocorrido na Conferência, pesquisadores tiveram opiniões divergentes ao se questionarem se haveria ou não vantagens em ser um procrastinador. Para uns, não há vantagem alguma. Para outros, perceber-se como um procrastinador pode ser importante para que sejam repensadas a noção de tempo e a quantidade de tarefas que temos que cumprir em determinado tempo.
Talvez estamos nos cobrando demais, não é mesmo?

Como lidar?
Para os procrastinadores de plantão, mudar a forma de lidar com as tarefas pode ser um desafio e tanto. Especialistas indicam que um caminho possível é tentar quebrar o círculo vicioso da procrastinação. Não espere se arrepender do não feito, faça antes disso acontecer.
É importante também entender que a mudança exigirá mais aprendizado e gerenciamento dos seus pensamentos e emoções do que ter que descobrir como administrar seu tempo. A questão não é a falta de tempo, mas sim o mau uso dele e a má avaliação das emoções e possíveis consequências das suas escolhas.
Abaixo estão algumas dicas para aqueles que querem se ver livres da procrastinação:
1. Defina metas a curto prazo.
Quanto mais distante está seu objetivo, mais tempo irá demorar para você alcançá-lo e mais difícil irá parecer o caminho. Defina objetivos a curto prazo e consiga avaliar melhor suas conquistas e realizações. Isso te dará mais motivação para continuar a jornada.
2. Crie barreiras para a procrastinação.
Sair de todas as redes sociais e deixar seu celular no modo avião do outro lado da sala podem ser boas formas de começar. Elimine tudo aquilo que pode funcionar como distração para a realização da sua tarefa.
3. Desenvolva pequenas recompensas.
Defina objetivos e recompense-se por cumpri-los. Por exemplo, ao terminar de arrumar seu quarto, permita-se comer algo gostoso. Ou, ao terminar um trabalho, escute uma música que goste. Faça algo prazeroso entre as obrigações e torne o processo menos doloroso.
4. Comece.
O físico Newton já dizia: todo corpo em repouso tende a ficar em repouso. Por isso, movimente-se, faça acontecer. Saia da inércia e coloque mais ação nos seus dias. Só assim você sairá do círculo vicioso da procrastinação e conseguirá ver os benefícios de se organizar, planejar e realizar suas tarefas.
Para finalizar, é importante deixar claro: nem todo atraso é considerado procrastinação.
Mas se você acha que se classifica como um procrastinador crônico e não sabe como sair dessa sozinho, busque a ajuda de um profissional.